Chegamos ao final de mais um ano que, tornando-me já um pouco repetitiva, passou a correr, quase nem dei por ele. Quase, quase a chegar aos 34 anos e tanto por fazer!
O mês de reflexão, do Natal, da família (para mim é o ano inteiro), um dos meses preferidos.
Percorrer as ruas de Lisboa iluminadas pelas luzes de Natal deixa-me com um sorriso tonto, e sem pensar em mais nada sinto o quanto sou feliz.
Mas não são só estas ruas que nos preenchem os dias, os caminhos de terra e pedra pelos os quais caminhamos não fazem parte do nosso imaginário, fizeram parte da minha infância, adolescência e hoje estão ainda bem mais presentes. Sempre dividi o tempo entre a cidade e a aldeia, com um prazer e felicidade imensos que não se explicam, que se sentem.
Muitos foram os passeios de bicicleta pelas estradas manchadas de alcatrão ou pelos caminhos mais irregulares e, às vezes até penosos, que acabámos por percorrer... deixando marcas que nem o tempo vai apagar, mas que me fazem recordar cada momento que jamais quero esquecer. Os mergulhos no rio, sozinhos, ainda quando poucos eram os que conheciam o tamanho da sua beleza. Travessias de barco, a nado, distâncias que hoje me falta o ar só de olhar.
Sem nunca, em tempo algum, perder o frenesim da cidade, que tanto amo e me viu nascer.
A Francisca faz o mesmo percurso, cidade, aldeia, campo... e ainda não percebendo bem a diferença (acho eu) é tão feliz quanto eu. Por entre gargalhadas na calçada ou no meio das pedras da estrada de terra, explora cada cantinho, ri, chora e reclama, adora passear, caminhar e, talvez, sentir-se livre, como eu sinto.